Pensamentos

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terça-feira, 18 de maio de 2010

Perfeição

Não sei vocês, mas eu sempre achei que eu poderia ser impecável em alguns aspectos da minha vida, eu sempre imaginei projetos e sonhos que um dia seriam da forma como eu idealizei...

Tamanha responsabilidade sempre acaba tendo um peso, um grande peso em nossas vidas, sempre estamos buscando o amor perfeito, o filho perfeito, a casa perfeita, até o cachorro perfeito... E como a perfeição dificilmente acontece, essa expectativa causa frustração, e muitas vezes um cansaço que não sabemos de onde vem...

Passamos a vida querendo o ideal e não somos capazes de olhar para o que é verdadeiro não somos capazes de amar verdadeiramente a vida...

Os sonhos e metas são muito importantes, dão sentido a nossa vida, mas na minha opniao, esses sonhos tem que direcionar nossas ações e não aprisiona-las.

Talita Silveira

domingo, 16 de maio de 2010

Física Quantica




A Física quântica continua a dar uma contribuição gigantesca na confirmação dos postulados espiritualistas através de um novo conceito básico sobre a visão macro e microcósmica de Deus, ao defini-Lo como "a Inteligência Suprema, a causa primária de todas as coisas”, do Espírito e da Matéria propriamente dita.

Constitui uma ponte entre a ciência e o mundo espiritual, "reduzindo" a matéria, até a consciência - causa da "intelectualidade" da matéria, apresentando assim uma unidade, transcendendo o tempo, espaço e matéria.

Não é algo material, na realidade, é a base de todos os seres.

Atualmente grandes são as evidencias entre física quântica e o misticismo.

A física quântica nasceu da "metafísica quântica" e se tornou misticismo quântico.
Os físicos teóricos postulam a existência de uma "partícula", que seria a partícula "fundamental", que ainda não foi encontrada, mas a qual o Prêmio Nobel da física, Leon Lederman, denomina a "partícula divina".

Partícula essa decisiva, pois é ela que determina a massa das restantes, bem como a coesão dada pela gravidade dos 90% do universo ainda desconhecido (Também conhecido como o Grande arcano e o agente universal).

Os princípios que regem nosso Universo são claros e precisos.

O átomo se constitui de uma minúscula partícula de matéria, tendo, no seu interior, um núcleo formado de prótons e nêutrons com carga elétrica positiva e os elétrons, que se movimentam em orbitas com carga negativa.

O estudo dos elétrons - que é a substância da alma - é o princípio dos processos vitais; será ele o meio de comunicação telepática e clarividência, valendo do princípio da não-localidade, (segundo estudiosos, divindades seriam compostas de elétrons).

O átomo sintetiza a unidade da Criação.

Toda manifestação de pensamento, emoção e vontade são acompanhadas de vibrações, assim como todo Universo, e a matéria da qual o Universo é feito, pode ser alterada somente por nossa intenção.

Isso funciona como instrumento de transmissão energética propiciando o equilíbrio imunológico cura de doenças, cirurgias espirituais.

A cura quântica é, essencialmente, a cura espiritual.

Assim, temos nas mãos o poder de deslocar ou de reajustar os elétrons, estabelecendo o equilíbrio, mas se impregnado de emoções negativas, causam deslocamento dos elétrons, provocando o desequilíbrio.

Vemos, assim, a manifestação dos Princípios Herméticos....O principio da vibração e o da polaridade.

O que é real? O que podemos sentir e tocar?

Tudo nos foram apresentados tridimensionalmente por nossos cinco sentidos: visão, audição, tato, paladar e olfato.

Einstein percebeu que tempo e espaço são também produtos de nossos cinco sentidos.

Achamos que a Terra é plana, o chão sob os nossos pés é estacionado, o sol nasce no leste e se põe no oeste, tudo porque assim parece aos nossos sentidos.

Einstein reorganizou o tempo e espaço em uma nova geometria que não tinha princípio, nem fim, nem margens, nem solidez.

Cada partícula sólida no universo passou a ser um feixe espectral de energia vibrando num imenso vazio. O modelo de espaço-tempo foi substituído por um campo fluido, intemporal, de transformação constante.

Este campo quântico não é separado de nós: ele é nós.

Falando de Física quântica, nada melhor do que ver e rever este vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=o9LV9vaGxJQ

O documentário trata da mais nova teoria da física, que uniu a teoria das super cordas com a teoria da super gravidade, a chamada "Teoria M", que tenta explicar o que veio antes do Big Bang.

Os físicos chegaram a conclusão que, para o universo ser sustentável matematicamente, ele precisa necessariamente ter 11 dimensões (essas 11 dimensões são as 10 sephiroth, mais a décima primeira sephira, a sephira oculta "Daath".)
E, também, que na verdade o big-bang não foi a explosão de uma singularidade, mas sim o choque entre duas dimensões.

Concluem que nosso universo é na verdade um Multiverso, com infinitos universos.Seu corpo parece ser material, mas ele não é.

Numa realidade mais profunda, seu corpo é um campo de energia, transformação e inteligência, que realiza trocas dinâmicas, o tempo todo, com o meio em que vive, e é capaz de cura, renovação e transformações perpétuas.

Cura Quântica é baseada em conhecimentos de 5 mil anos de medicina mente/corpo, mencionada nos livros sânscritos chamados de Vedas as mais antigas e mais importantes escrituras da índia, concebidas 200 A.C.

Textos antigos descrevem cada erva como um pacote de vibrações que combinam com uma vibração do nosso corpo.

Todos os órgãos corporais, por exemplo, o fígado, o estômago e o coração são construídos com uma sequência específica de vibrações no nível quântico.
No caso de uma disfunção, o problema está em algumas rupturas da sequência apropriada nestas vibrações.

Existe uma erva exatamente com a mesma sequência e que, quando aplicada, pode ajudar a restaurar o funcionamento do órgão em desequilíbrio.

Exalamos átomos de hidrogênio, oxigênio, carbono e nitrogênio que um instante antes estavam presos em uma matéria sólida.

O estômago, fígado, coração, pulmões e cérebro estão se desvanecendo no ar, sendo substituídos tão rápido e interminavelmente quanto vão se desgastando.

A pele se substitui uma vez por mês, o revestimento do estômago a cada cinco dias, o fígado a cada seis semanas e o esqueleto de três em três meses, mas na verdade tudo está sempre em fluxo, se renovando.

À medida que a ciência adentra no domínio da física quântica, descobrimos que cada constituinte de um átomo é Luz.

As taxas de vibração das partículas de Luz são desaceleradas até o ponto em que se movem do espectro invisível para o visível.

Matéria é luz presa pela gravidade.

Autora: Lupy - http://ponteoculta.blogspot.com/2010/05/sobre-fisica-quantica.html

O Poder da Validação


Todo mundo é inseguro, sem exceção. Os super-confiantes simplesmente disfarçam melhor. Não escapam pais, professores, chefes nem colegas de trabalho.


Afinal, ninguém é de ferro. Paulo Autran treme nas bases nos primeiros minutos de cada apresentação, mesmo que a peça que já tenha sido encenada 500 vezes. Só depois da primeira risada, da primeira reação do público, é que o ator se relaxa e parte tranqüilo para o resto do espetáculo. Eu, para ser absolutamente sincero, fico inseguro a cada novo artigo que escrevo, e corro desesperado para ver os primeiros e-mails que chegam.


Insegurança é o problema humano número 1. O mundo seria muito menos neurótico, louco e agitado se fôssemos todos um pouco menos inseguros. Trabalharíamos menos, curtiríamos mais a vida, levaríamos a vida mais na esportiva. Mas como reduzir esta insegurança?


Alguns acreditam que estudando mais, ganhando mais, trabalhando mais resolveriam o problema. Ledo engano, por uma simples razão: segurança não depende da gente, depende dos outros. Está totalmente fora do nosso controle. Por isso segurança nunca é conquistada definitivamente, ela é sempre temporária, efêmera.


Segurança depende de um processo que chamo de "validação", embora para os estatísticos o significado seja outro. Validação estatística significa certificar-se de que um dado ou informação é verdadeiro, mas eu uso esse termo para seres humanos. Validar alguém seria confirmar que essa pessoa existe, que ela é real, verdadeira, que ela tem valor.


Todos nós precisamos ser validados pelos outros, constantemente. Alguém tem de dizer que você é bonito ou bonita, por mais bonito ou bonita que você seja. O autoconhecimento, tão decantado por filósofos, não resolve o problema. Ninguém pode autovalidar-se, por definição.


Você sempre será um ninguém, a não ser que outros o validem como alguém. Validar o outro significa confirmá-lo, como dizer: "Você tem significado para mim". Validar é o que um namorado ou namorada faz quando lhe diz: "Gosto de você pelo que você é". Quem cunhou a frase "Por trás de um grande homem existe uma grande mulher" (e vice-versa) provavelmente estava pensando nesse poder de validação que só uma companheira amorosa e presente no dia-a-dia poderá dar.


Um simples olhar, um sorriso, um singelo elogio são suficientes para você validar todo mundo. Estamos tão preocupados com a nossa própria insegurança, que não temos tempo para sair validando os outros. Estamos tão preocupados em mostrar que somos o "máximo", que esquecemos de dizer aos nossos amigos, filhos e cônjuges que o "máximo" são eles. Puxamos o saco de quem não gostamos, esquecemos de validar aqueles que admiramos.


Por falta de validação, criamos um mundo consumista, onde se valoriza o ter e não o ser. Por falta de validação, criamos um mundo onde todos querem mostrar-se, ou dominar os outros em busca de poder.


Validação permite que pessoas sejam aceitas pelo que realmente são, e não pelo que gostaríamos que fossem. Mas, justamente graças à validação, elas começarão a acreditar em si mesmas e crescerão para ser o que queremos.


Se quisermos tornar o mundo menos inseguro e melhor, precisaremos treinar e exercitar uma nova competência: validar alguém todo dia. Um elogio certo, um sorriso, os parabéns na hora certa, uma salva de palmas, um beijo, um dedão para cima, um "valeu, cara, valeu".


Você já validou alguém hoje? Então comece já, por mais inseguro que você esteja.


Stephen Kanitz


Artigo publicado na Revista Veja, edição 1705, ano 34, nº 24, 20 de junho de 2001, pág.22.

sábado, 15 de maio de 2010

Como construir uma empresa que aprende




Estar disposto a aprender e obter conhecimento é uma das características que definem as organizações dinâmicas e bem sucedidas. O desafio de construir uma organização que aprende é uma das 100 ideias propostas por Jeremy Kourdi, consultor empresarial e autor do livro “100 Idéias que podem revolucionar seus negócios. Nesta obra, Kourdi cita os cinco aspectos fundamentais do aprendizado que podem ser melhorados nas empresas, segundo cita Peter Senge em sua obra "A Quinta Disciplina: 1 - Pensamento Sistêmico; 2 - Maestria Pessoal; 3 - Modelos mentais; 4 - Construir objetivos comuns e 5 - Aprendizado em grupo.
A convite do Portal HSM Online, o brasileiro Marco Túlio Zanini, professor de Gestão da Fundação Dom Cabral, explica como cada conceito pode ser aplicado dentro da realidade nacional. Confira!


1 - Pensamento Sistêmico
O que é o conceito: A empresa precisa compreender melhor os seus sistemas para desenvolver ações mais adequadas.


Como aplicar: As organizações devem buscar conhecer a sua identidade e filosofia empresarial, e a partir desse entendimento, promover uma dinâmica de desenvolvimento que possa envolver todos os níveis hierárquicos da empresa. Esse conhecimento é fundamental para gerar sentido e significado a ação coletiva. Uma cultura de excelência, que visa desenvolver ações interdependentes entre indivíduos, só poderá ser alcançada quando todos se sentem parte responsável e capaz de interferir no contexto em que interagem. A prática dessa dinâmica pode ser relativamente simples, buscando unir múltiplas inteligências em busca do melhor aproveitamento do Capital Humano.


No entanto, a grande dificuldade encontra-se na transferência de tecnologias de gestão concebidas por lógicas culturais diferentes. Modelos de gestão concebidos em países que possuem como pressuposto de sua cultura o individualismo metodológico e a percepção de igualdade, dificilmente podem ser transferidos diretamente para outros países que acentuam a desigualdade em sua estrutura social.


Particularmente no Brasil, temos problemas em assumir alguns pressupostos básicos para o desenvolvimento do pensamento sistêmico e do trabalho em equipe, porque partimos de uma visão de desigualdade ontológica que acentua as diferenças entre indivíduos. Os traços da nossa cultura acentuam a desigualdade e o autoritarismo, e esses se repetem no tempo. Algumas empresas, porém, tem conseguido desenvolver modelos domésticos muito competentes que conseguem lhe dar com essas características e colher frutos.

2 - Maestria pessoal


O que é o conceito: Capacidade de deixar clara a visão pessoal, concentrar as energias, ser paciente e demonstrar objetividade.




Como aplicar: Modelos de gestão que operam por meio de sistema de consequências bem concebidos podem incentivar pessoas a agirem de uma forma desejada. A maestria pessoal esta relacionada a uma visão de longo prazo, base fundamental para a construção de um modelo de excelência em gestão. Isso vai contra a cultura vigente de pressão sobre os indivíduos para produzirem resultado no curto prazo. Temos um modelo predominante no Brasil em que indivíduos são convidados a dedicarem grande parte de seu tempo na tarefa, com visão de curto prazo. A maestria somente pode ser alcançada quando priorizamos a perenidade organizacional como valor.


No contexto brasileiro essa é uma decisão difícil. Os vícios do nosso modelo dificultam a promoção de uma agenda de longo prazo para a construção de valor no tempo. Isso ainda é um privilégio para poucos visionários. Mas temos empresas que estão fazendo isso muito bem.

3 - Modelos Mentais


O que é o conceito: É a forma como compreendemos o mundo e agimos, além da capacidade de ouvir como fator importante de aprendizado.




Como aplicar: Um dos perigos relacionado aos modelos mentais é se criar um discurso descolado de uma ação concreta. O maior desafio é mover pessoas a pensarem sobre como podem produzir valor de outra forma. A transição de modelo mental leva tempo e poucas empresas estão dispostas a investir para isso. O nosso modelo mental é ainda subserviente à hierarquia, pouco comprometido com a autonomia, o desenvolvimento de uma competência pessoal e com resultados.


Romper com o modelo mental que reforça relações baseadas em lealdade pessoal, subserviência e foco no relacionamento dentro da hierarquia é um grande desafio. Imprimir um modelo mental em que a pessoa se enxergue como um indivíduo, portador de uma virtude pessoal e capaz de agir sobre sua realidade e contexto, de forma autônoma e responsável é um grande dilema.

4 - Construção de objetivos comuns


O que é o conceito: Desenvolver uma imagem comum de futuro


Como aplicar: O primeiro passo é criarmos uma linguagem comum a todos. O modelo brasileiro dificulta essa construção quando indivíduos percebem-se como desiguais e, portanto atribuem valor ao trabalho de forma bastante diferenciada. Essa percepção social é construída coletivamente e, em nosso caso, reforça tendências de exclusão. E certamente isso se aplica também a realidade do mundo corporativo. Dificilmente uma empresa investe e trabalha o desenvolvimento de pessoas desde a alta administração até o chão-de-fábrica.


Níveis hierárquicos são tratados como públicos muito distintos. O compartilhamento de objetivos comuns solicita a criação de um universo simbólico comum que defina claramente objetos e valores que são compartilhados. Esses valores e linguagem comum tornam-se princípios para a ação. A base dessa construção é formada por percepções de justiça e meritocracia, que legitimam a ação dos gestores. Portanto esse trabalho começa no nível da qualidade do vínculo ético que une o indivíduo a organização.

5 - Aprendizado em grupo


O que é o conceito: Capacidade de alinhar e desenvolver habilidades para se alcançar os resultados.


Como aplicar: A empresa deve possuir uma visão clara de onde quer chegar, e principalmente como quer chegar a algum lugar. Um Conselho de Administração ou a Alta Direção Executiva que não percebe a relevância da perenidade como um valor organizacional, que deve ser construído no tempo, dificilmente irá conseguir desenvolver pessoas dentro da organização para trabalharem em grupo.


Promover a soma de múltiplas inteligências exige uma visão de respeito e igualdade perante o outro. Essa visão deve fazer parte da filosofia empresarial e operar como um norte para as ações. Organizações que enxergam pessoas somente como um meio, acabam assumindo essa visão em suas ações cotidianas e não conseguem criar um vinculo ético com o indivíduo. Apenas as organizações que conseguem enxergar seres humanos como um fim em si próprios, conseguem gerar a percepção de benefícios mútuos para todos os indivíduos. Essas conseguem mover a ação coletiva e gerar ativos intangíveis que suportam o desempenho de outros ativos organizacionais, como o Capital Intelectual.

Texto extraido do blog de JEFFERSON WANDERLEY SANTOS - http://jeffersonws.blogspot.com/

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Conhecimento é Teoria...Sabedoria é "Fazer"

No livro “Faça o seu coração vibrar” no capítulo “maravilhado” Osho diz:


“O conhecimento gratifica o ego. A sabedoria só acontece quando o ego desaparece, é esquecido. O conhecimento pode ser aprendido — as universidades existem para lhe ensinar. A sabedoria não pode ser aprendida, ela é como uma infecção. Você tem que ficar com um sábio, tem que andar com ele, e só então algo começará a se agitar dentro de você.”

“Quando você é capaz de ver o espelho da sua alma sem a poeira do conhecimento, quando sua alma não está coberta pela poeira do conhecimento, quando ela é somente um espelho, reflete aquilo que é. Isso é sabedoria. Esse reflexo do que é corresponde à sabedoria.”

“A sabedoria não tem nada a ver com conhecimento, absolutamente nada. Ela tem algo a ver com inocência. Algo da pureza do coração é necessário, algo da vastidão do ser é necessário para que a sabedoria cresça.”

Inteligência Espiritual




Psicólogos, filósofos e teólogos identificam competência do homem para refletir sobre a existência para dar sentido à vida

Durante muito tempo, o mundo viveu uma verdadeira obsessão por testes para medir o quociente de inteligência (QI), baseados na compreensão e manipulação de símbolos matemáticos e lingüísticos. Nos anos 90, descobriu-se, no entanto, que QI elevado não era sinônimo de sucesso. Para se dar bem na vida, era preciso ter também inteligência emocional (QE), ou seja, ter autoconhecimento, autodisciplina, persistência e empatia.

Agora, o que psicólogos, filósofos e teólogos estão dizendo é que QI e QE podem trazer crescimento profissional e financeiro, mas, para ter paz interior e alegria, o ser humano precisa ter também inteligência espiritual. Precisa ter capacidade de encontrar um propósito para a própria vida e de lidar com os problemas existenciais que surgem em momentos de fracasso, de rompimentos e de dor.

"Do contrário, por que tantas pessoas inteligentes e sensíveis às necessidades dos outros sentem um vazio em suas vidas?", pergunta a psicóloga e filósofa americana Danah Zohar, autora do livro "Inteligência Espiritual", lançado no ano passado em vários países, inclusive no Brasil.

Formada na Universidade de Harvard e no MIT (Massachusetts Institute of Technology), Zohar descobriu a importância da inteligência espiritual durante seu trabalho como professora da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e como consultora de liderança estratégica para grandes empresas como Shell, Philip Morris e Volvo. "Eu estava falando com um grupo de executivos bem-sucedidos, e um deles, com cerca de 30 anos, disse que tinha um alto salário, uma família legal, mas sentia um buraco no estômago. E todos os outros fizeram um gesto com a cabeça, concordando com ele", contou Zohar.

O consultor de relações humanas e comunicação João Alberto Ianhez, que desde 1999 já deu cursos sobre inteligência espiritual para funcionários de cerca de 20 empresas brasileiras, diz que o materialismo e o egocentrismo do mundo moderno provocaram uma grande crise existencial. As pessoas passaram a buscar a felicidade em bens materiais e não conseguem mais encontrar um sentido para suas vidas. "Elas estão caminhando em busca do nada", comenta.

É em situações como essa que a inteligência espiritual, segundo os especialistas, tem um papel importante. "Ela nos permite encontrar um senso de propósito e direção", garante o rabino Nilton Bonder, que acaba de lançar o livro "Fronteiras da Inteligência, a Sabedoria da Espiritualidade".

O rabino ressalta, no entanto, que inteligência espiritual não tem nada a ver com religiosidade. Muitas pessoas religiosas, segundo ele, têm uma sabedoria espiritual baixíssima porque buscam na religião apenas certezas e "salvação"; não percebem a importância da dúvida e do questionamento. Bonder diz que a religião é apenas uma das linguagens que podem ser usadas para o desenvolvimento da espiritualidade.

Em seu livro, o rabino usa textos de várias religiões ocidentais e orientais para ajudar a despertar a reflexão ou, como diz ele, para ajudar a fazer "cair a ficha".

A inteligência espiritual, também chamada de QS (do inglês "spiritual quocient"), é a inteligência que leva o ser humano, segundo Zohar, a criar situações novas, a perceber, por exemplo, a necessidade de mudar de rumo, de investir mais num projeto ou de dedicar mais tempo à família. Enquanto o QI resolve primordialmente problemas de lógica e o QE nos ajuda a avaliar as situações e a reagir a elas de forma adequada, levando em conta os próprios sentimentos e os dos outros, o QS nos leva a indagar, de início, se queremos estar nessa situação, se o nosso trabalho, por exemplo, está nos dando a satisfação de que necessitamos ou se essa é a vida que queremos levar.

"Nós usamos a inteligência espiritual quando nos sentimos num impasse, quando enfrentamos as armadilhas de velhos hábitos ou quando temos problemas com doenças ou sofrimentos. O QS nos mostra que temos problemas existenciais e nos aponta os meios de resolvê-los", explica Zohar.

Provas científicas

Embora a expressão inteligência espiritual só tenha surgido na virada do século, a necessidade humana de encontrar um sentido mais amplo para a vida acompanha o homem desde o seu surgimento, afirma Zohar. A novidade, agora, é que alguns cientistas americanos estão começando a encontrar evidências de que o cérebro humano foi programado biologicamente para fazer perguntas como: "Quem sou?", "Por que nasci?", "O que torna a vida digna de ser vivida?".

No início dos anos 90, o neuropsicólogo americano Michael Persinger e, mais recentemente, em 1997, o neurologista Vilayanu Ramachandran, da Universidade da Califórnia, identificaram no cérebro humano um ponto chamado de "ponto Deus" ou "módulo Deus", que aciona a necessidade humana de buscar um sentido para a vida.

Esse centro espiritual localiza-se entre conexões neurais nos lobos temporais do cérebro. Escaneamentos realizados com topografia de emissão de posítrons (antipartícula do elétron) mostraram que essas áreas se iluminam toda vez que os pacientes discutem temas espirituais ou religiosos. Essa atividade do lobo temporal tem sido ligada há anos às visões místicas de epilépticos e de usuários do alucinógeno LSD. Mas a pesquisa de Ramachandran mostrou, pela primeira vez, que o centro espiritual também está ativo nas demais pessoas. O "ponto Deus" mostra que o cérebro evoluiu para fazer perguntas existenciais, para buscar sentidos e valores mais amplos, diz Zohar.

O médico terapeuta José Ângelo Gaiarça não integra o grupo de estudiosos da inteligência espiritual, mas reconhece a importância de o ser humano ter um propósito maior na vida. "Isso não é novidade, é uma idéia muito antiga", comenta. Gaiarça acha, no entanto, que o questionamento existencial por si só não basta para acabar com o vazio da vida moderna. O importante, segundo ele, é as pessoas começarem a perceber que não estão sozinhas no mundo, que fazem parte de um todo e que estão ligadas a tudo que as cerca. Ter espírito de cooperação é, na opinião dele, a forma mais elevada de inteligência espiritual.

Fonte: Folha de São Paulo
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